Um crânio encontrado por fazendeiros há quase 70 anos está no centro de um mistério paleoantropológico.
O fóssil — conhecido como crânio de Maba 1 — foi descoberto pela primeira vez em 1958 ao longo de uma vala perto da Vila de Maba, na cidade de Shaoguan, China.
Com base nos poucos fragmentos que conseguiram encontrar, os pesquisadores determinaram que o crânio era provavelmente de um neandertal — décadas após sua descoberta original — uma nova análise dos fragmentos fósseis lançou dúvidas sobre essa conclusão.
Embora seja geralmente aceito que o crânio data de 300.000 anos, no final do Pleistoceno Médio, ninguém consegue chegar a um acordo sobre a qual espécie de ancestral humano ele realmente pertence.
As microtomografias computadorizadas geralmente descartam a possibilidade de se tratar de um crânio neandertal, e suas características também não parecem ser consistentes com outras espécies conhecidas (como o Homo erectus).
Isso levanta a questão: poderia ser de uma espécie totalmente desconhecida?
Há outro mistério também: o crânio mostra sinais de trauma, sugerindo que este indivíduo sofreu ferimentos e sobreviveu a eles por algum tempo.
O que exatamente causou esses ferimentos permanece obscuro.
"As estruturas internas de Maba 1 mostram uma combinação de características morfológicas encontradas em várias espécies", concluíram os pesquisadores.
"Essas descobertas evidenciam ainda mais a alta variabilidade morfológica entre os hominídeos asiáticos no final do Pleistoceno Médio. Atualmente, Maba 1 não pode ser definitivamente classificado em nenhum táxon de hominídeo conhecido."