Construindo o RoboCop: Quão longe estamos da tecnologia policial futurista? Resumo Resumo.

 

Construindo o RoboCop: Quão longe estamos da tecnologia policial futurista?

Amin Al-Habaibeh: No clássico de 1987, RoboCop, o falecido policial de Detroit Alex Murphy renasce como um ciborgue. Ele tem um corpo robótico e uma interface cérebro-computador completa que lhe permite controlar seus movimentos com a mente.

Ele pode acessar informações online, como rostos de suspeitos, usa inteligência artificial (IA) para ajudar a detectar ameaças e suas memórias humanas foram integradas às de uma máquina. 


É impressionante pensar que as principais tecnologias robóticas mecânicas do filme já foram quase totalmente desenvolvidas por empresas como o corredor e saltador Atlas, da Boston Dynamics, e o novo Corleo de quatro patas da Kawasaki. Da mesma forma, estamos vendo exoesqueletos robóticos que permitem que pacientes paralisados ​​façam coisas como andar e subir escadas, respondendo a seus gestos. 


O conceito de uma interface entre neurônios e máquinas remonta a muito antes do RoboCop. No século XVIII, um médico italiano chamado Luigi Galvani descobriu que, quando a eletricidade passava por certos nervos na perna de um sapo, ele se contraía. Isso abriu caminho para todo o estudo da eletrofisiologia, que analisa como os sinais elétricos afetam os organismos. 


As primeiras pesquisas modernas sobre interfaces cérebro-computador começaram no final da década de 1960, com o neurocientista americano Eberhard Fetz conectando cérebros de macacos a eletrodos e demonstrando que eles conseguiam mover a agulha de um medidor. No entanto, se isso demonstrou algum potencial empolgante, o cérebro humano se mostrou complexo demais para que esse campo avançasse rapidamente.


O cérebro está continuamente pensando, aprendendo, memorizando, reconhecendo padrões e decodificando sinais sensoriais – sem mencionar a coordenação e movimentação do nosso corpo. Ele funciona com cerca de 86 bilhões de neurônios com trilhões de conexões que processam, se adaptam e evoluem continuamente no que chamamos de neuroplasticidade. Em outras palavras, há muito a ser descoberto.


Grande parte do progresso recente se baseou em avanços em nossa capacidade de mapear o cérebro, identificando as várias regiões e suas atividades. 


Uma série de tecnologias pode produzir imagens detalhadas do cérebro (incluindo ressonância magnética funcional (fMRI) e tomografia por emissão de pósitrons (PET)), enquanto outras monitoram certos tipos de atividade (incluindo eletroencefalografia (EEG) e a eletrocortigrafia mais invasiva (ECoG)). 


Essas técnicas ajudaram os pesquisadores a construir alguns dispositivos incríveis, incluindo cadeiras de rodas e próteses que podem ser controladas pela mente. 


Mas, embora estes sejam normalmente controlados por uma interface externa, como um fone de ouvido de EEG, os implantes de chip representam a nova fronteira. Eles foram possibilitados por avanços em chips de IA e microeletrodos, bem como pelas redes neurais de aprendizado profundo que impulsionam a tecnologia de IA atual.


Isso permite uma análise de dados e reconhecimento de padrões mais rápidos. Por exemplo, o novo implante da Universidade da Califórnia depende de ECoG, uma técnica desenvolvida no início dos anos 2000 que captura padrões diretamente de uma fina folha de eletrodos colocada diretamente na superfície cortical do cérebro de alguém. 


No caso deles, os padrões complexos captados pelo implante de 253 eletrodos de alta densidade são processados ​​usando aprendizado profundo para produzir uma matriz de dados a partir da qual é possível decodificar quaisquer palavras que o usuário esteja pensando. Isso é uma melhoria em relação aos modelos anteriores, que só conseguiam criar fala sintética depois que o usuário terminasse uma frase.


No entanto, também vale a pena enfatizar que as redes neurais de aprendizado profundo estão possibilitando dispositivos mais sofisticados que dependem de outras formas de monitoramento cerebral.


Nossa equipe de pesquisa na Universidade Nottingham Trent desenvolveu um leitor de ondas cerebrais acessível, utilizando componentes prontos para uso, que permite que pacientes com condições como a síndrome do encarceramento completo (CLIS) ou a doença do neurônio motor (MND) consigam responder "sim" ou "não" a perguntas. Há também a possibilidade de controlar um mouse de computador usando a mesma tecnologia.


O futuro 


Espera-se que o progresso em IA, fabricação de chips e tecnologia biomédica que permitiu esses desenvolvimentos continue nos próximos anos, o que deve significar que as interfaces cérebro-computador continuem melhorando. 


Nos próximos dez anos, podemos esperar mais tecnologias que proporcionem independência às pessoas com deficiência, ajudando-as a se movimentar e se comunicar com mais facilidade. Isso envolve versões melhoradas das tecnologias que já estão surgindo, incluindo exoesqueletos, próteses controladas pela mente e implantes que passam de controle de cursores a controle total de computadores ou outras máquinas.



FONTE

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