Duas teorias concorrentes da consciência foram colocadas uma contra a outra como parte de um esforço de pesquisa de vários anos.
A pesquisa, conduzida por cortesia do Instituto Allen, buscou obter novas visões sobre a natureza da consciência, com ênfase em duas teorias concorrentes.
Uma delas – a Teoria da Informação Integrada (IIT) – sugere que a consciência surge quando as informações dentro do cérebro estão altamente conectadas e unificadas.
A outra – a Teoria do Espaço de Trabalho Neuronal Global (GNWT) – sugere que a consciência surge a partir da informação que é trazida à tona em nossas mentes por uma rede de diferentes áreas cerebrais.
Os resultados do estudo, iniciado em 2019, revelaram algumas visões interessantes.
"A pesquisa mostrou que há uma conexão funcional entre os neurônios nas áreas visuais iniciais do cérebro (as áreas que processam a visão, que ficam na parte posterior do cérebro) e as áreas frontais do cérebro, ajudando-nos a entender como nossas percepções se conectam aos nossos pensamentos", afirma o comunicado à imprensa.
"As descobertas minimizam a importância do córtex pré-frontal na consciência, sugerindo que, embora seja importante para o raciocínio e o planejamento, a própria consciência pode estar ligada ao processamento sensorial e à percepção."
"Em outras palavras, a inteligência se refere ao fazer, enquanto a consciência se refere ao ser."
Em última análise, porém, nenhuma das duas teorias concorrentes pôde ser confirmada ou descartada.
"Ficou claro que nenhum experimento isolado refutaria decisivamente qualquer uma das teorias", disse Anil Seth, professor de neurociência cognitiva e computacional na Universidade de Sussex.
"As teorias são muito diferentes em suas suposições e objetivos explicativos, e os métodos experimentais disponíveis são muito rudimentares para permitir que uma teoria prevaleça conclusivamente sobre a outra."
"Dito tudo isso, as descobertas da colaboração permanecem extremamente valiosas — muito se aprendeu sobre ambas as teorias e sobre onde e quando, no cérebro, as informações sobre a experiência visual podem ser decodificadas."