Relato enviado pelo E-mail, omitimos o nome da pessoa por questão de privacidade, obrigado por nos enviar este texto.
Fui um jovem fascinado por tecnologia, lembro das muitas vezes lá pelo ano de 2001 quando comprei um console Game Gear com um defeito na tela, após muita peleja abrindo e fechando, limpando toda a placa e ajeitando as afiações consegui de maneira rudimentar consertar. Foi de uma grande alegria quando o console ligou e a brilhante imagem apareceu.
O primeiro computador que ganhei foi em 2005, não sei ao certo qual era o modelo etc., sei que ali começou o infortúnio da minha vida, os fóruns demandavam bastante meu tempo, chegava do colégio diretamente para as salas online por assim dizer, principalmente de música. As de Rock naquele tempo eram muito movimentadas, os anos foram passando e acabei ficando obcecado pelas redes sociais que estavam surgindo, o Orkut me encaminhou para o vício de perder as noites conversando com estranhos, depois veio o facebook, muitas vezes quando me afastava por um breve tempo vinha no meu corpo uma certa ansiedade e pensamentos suicidas, não existia coisa melhor do que passar horas preso na tela do computador olhando todas as bobagens do mundo virtual, cheguei a ficar um dia sem comer preso na armadilha dos vícios digitais.
Em um domingo quase não consegui me levantar de tão fraco que o corpo estava, indo direto ao banheiro e após lavar o rosto olhei para a minha face magra, levantei a camisa e os ossos estavam aparecendo, a lembrança mais marcante desse tempo foi a beirada das pálpebras toda escura e os vultos nas madrugadas. Certa vez saí um pouco do quarto e fui na janela e olhei para meus pais indo trabalhar e meu irmão indo estudar, pensativo falava comigo mesmo que precisava de ajuda ou decairia num buraco de cemitério. Nessas horas algumas famílias em vez de ajudar, preferem apontar os erros. Decidi por conta própria buscar ajuda.
Sabe, tem pessoas que não gostam da Igreja, mas entrei numa que ajudava pessoas a lutarem contra os vícios em geral, eles me ajudaram muito nessa luta árdua para eu voltar a minha vida normal sem vícios, atualmente é triste andar e ver a quantidade de crianças e jovens adolescentes com smartphones nas mãos parecendo fazer parte daqueles filmes de mortos vivos, perdendo mais tempo na tela do que fazendo coisas mais importantes, há milhares de viciados nessas coisas que não sabem que são viciados. Praticamente não entro na internet, não tenho smartphone. Mas enviei este meu texto para alertar as pessoas do perigo da internet e suas redes, isso quase me levou à morte.
LeandroAB.25@gmail.com