A polêmica pesquisa visa curar doenças, mas também tem o potencial de criar armas biológicas.
Vinte e cinco anos após o Projeto Genoma Humano mapear pela primeira vez as moléculas do DNA humano, os cientistas estão agora iniciando a gigantesca tarefa de criar DNA humano artificial do zero.
A esperança é que isso possibilite o desenvolvimento de novos tratamentos para doenças incuráveis, mas há um porém: essa pesquisa também pode possibilitar a criação de armas biológicas, e existe a preocupação de que isso possa levar a mudanças fundamentais no DNA das futuras gerações humanas.
"Estamos buscando terapias que melhorem a vida das pessoas à medida que envelhecem, levando a um envelhecimento mais saudável, com menos doenças", disse o Dr. Julian Sale, do Laboratório de Biologia Molecular do MRC em Cambridge, à BBC News.
"Queremos usar essa abordagem para gerar células resistentes a doenças que possamos usar para repovoar órgãos danificados, por exemplo, o fígado e o coração, e até mesmo o sistema imunológico."
O primeiro passo da pesquisa será encontrar uma maneira de criar blocos de DNA cada vez maiores até que seja possível criar um cromossomo humano completo.
"Construir DNA do zero nos permite testar como o DNA realmente funciona e testar novas teorias, porque atualmente só podemos fazer isso ajustando DNA em DNA que já existe em sistemas vivos", disse o Prof. Matthew Hurles, diretor do Instituto Wellcome Sanger.
Garantir que essa pesquisa não seja mal utilizada é de suma importância.
"Poderíamos ter um conjunto de restrições, mas se uma organização com acesso a maquinário apropriado decidisse começar a sintetizar qualquer coisa, não acho que poderíamos impedi-lo", disse o cientista genético Prof. Bill Earnshaw.