“A morte é uma ilusão porque nossa alma nunca morre. Nossa consciência permanece viva. E nossa própria essência simplesmente se transforma”, disse Lafferty. “Eu não via nem me lembrava do meu eu humano. Eu estava completamente imóvel, mas me sentia plenamente viva.”
Sofrendo de distonia mioclônica, uma condição que causa espasmos musculares involuntários, Lafferty teve um colapso durante uma crise. Antes de perder a consciência, ela ouviu uma voz perguntando se estava pronta. Então, ela descreveu sua alma "flutuando" acima do corpo, entrando em um reino atemporal.
“De repente, me separei do meu corpo físico”, disse ela. “Não senti dor, apenas uma profunda sensação de paz e clareza.” Ela afirmou que seus pensamentos moldavam o ambiente ao seu redor: “Meus pensamentos se materializaram instantaneamente. Percebi que nossos pensamentos moldam a realidade ali.”
Revigorada, mas enfraquecida, Lafferty reaprendeu a andar e a falar. Embora com medo de outra EQM, ela não teme mais a morte: "Ela mudou o curso da minha vida. O que eu temia não tinha mais poder sobre mim, e o que eu costumava perseguir não parecia mais importante."
Sua experiência se alinha com um estudo recente que acompanhou 567 pacientes com parada cardíaca em 25 hospitais. Publicado na revista Resuscitation, a pesquisa constatou que quase 40% apresentaram atividade cerebral relacionada à consciência durante a RCP — alguns até 60 minutos após a parada cardíaca.
O Dr. Sam Parnia, principal autor do estudo, disse que essas experiências revelam "uma dimensão real, ainda que pouco compreendida, da consciência humana que se revela com a morte". Um paciente chegou a interpretar erroneamente procedimentos médicos como tortura no inferno.
Lafferty descreveu o encontro com “outros seres” e uma “inteligência superior” que irradia “amor incondicional”. “Há uma presença, ou inteligência, superior a nós que nos guia e zela por nós”, disse ela.
O estudo sugere que a consciência pode persistir após a morte clínica, desafiando suposições sobre quando a consciência realmente termina. Para Lafferty, sua EQM trouxe profunda clareza: "Sinto-me fortalecida e confio nos acontecimentos da vida, especialmente nos difíceis. Tudo acontece por um motivo."